terça-feira, 22 de julho de 2014

"Para o mundo, sempre terei 18, 16 anos"



Três décadas após seu best-seller "Eu, Christiane F., 13 anos, Drogada, Prostituída", Christiane Felscherinow apresentou em 11 de outubro de 2013, em Frankfurt, sua segunda autobiografia, revelando os anos que se seguiram à vida errante na Berlim dos anos 1970.

"Sempre me remetem a Christiane F.. Para todo o mundo, eu continuo com 18, ou 16 anos. E é muito difícil, para mim, dizer: 'eu posso dirigir um carrão, eu posso fazer isso'", disse ela em uma entrevista coletiva na Feira do Livro em Frankfurt, o mais importante evento mundial do mercado editorial.

"Eu sou sempre uma garota de 15 anos. É por isso que esse livro é necessário para mim", explicou.

Christiane, hoje com 51, apresentou "Eu, Christiane F., a vida apesar de tudo" (nome do livro no Brasil), sua nova autobiografia escrita em colaboração com a jornalista alemã Sonia Vukovic, em que conta sua vida adulta, entre drogas, tentativas de desintoxicação, aventuras com estrelas e até uma passagem pela prisão.

Segundo livro de Christiane F., "Eu, Christiane F., a vida apesar de tudo" lançado no Brasil

Essa segunda obra aparece 35 anos depois do depoimento da adolescente alemã que se prostituía para garantir sua dose de heroína. Virou livro, vendeu milhões de exemplares, chegou às telas do cinema, ganhou o mundo. E chocou a Alemanha, ao mostrar o retrato de uma juventude à deriva no submundo da então Berlim Ocidental.

"Nós não douramos a pílula em nada", garantiu Sonia Vukovic, nesta sexta-feira, sobre o novo livro. "Afirmamos de maneira bem clara que Christiane não se sente bem fisicamente", completou.

No livro, ela também fala do nascimento de seu filho, Philipp*, em 1996, e de seus esforços para ser uma boa mãe. Em 2008, porém, ela decide partir para Amsterdã, e as autoridades retiram-lhe a guarda do filho, que é entregue a uma família de acolhimento.

"A família é muito gentil. (...) Meu filho vai entrar no colégio**, e eu me pergunto se é razoável, hoje, dizer de maneira egoísta: 'agora, eu posso tê-lo novamente, quero que ele volte imediatamente para casa", acrescenta.

"Nós nos vemos nos finais de semana e durante as férias. Sempre foi assim. (...) É melhor que ele termine o colégio. A evolução atual me agrada, e eu estou orgulhosa", afirmou.

Fonte: Terra



*Se bem me lembro do que li por aí, o filho de Christiane F. se chama Jan-Niklas, e não Philipp. Seria um nome falso na tentativa de não ser identificado como filho de Christiane F.?

**Talvez a reportagem queira dizer "faculdade" em vez de "colégio". "College", em alemão, significa "colégio" ou "faculdade".
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